No Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher reafirmamos: saúde é um direito, não mercadoria!

Por Leandro Araújo da Costa e Rosicleide Serafim dos Santos*
Da Página do MST

Apesar dos avanços conquistados com o Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente na Atenção Primária à Saúde, a garantia do cuidado integral às mulheres que vivem nos territórios do campo, das floresta e das águas ainda é um desafio cotidiano. No dia a dia, persistem inúmeras barreiras de o, como a ausência de transporte, estradas precárias, agravadas nos períodos de chuvas, ou seca nos rios, que dificulta a navegação, a inexistência de Unidades Básicas de Saúde em diversas comunidades e a escassez de profissionais capacitados para atender as demandas desses territórios. 

Somam-se a isso a falta de saneamento básico e a ausência de políticas públicas estruturantes, como a Reforma Agrária, que levem em conta as especificidades dessas populações. A negligência histórica do Estado escancara a exclusão das mulheres, que alimentam o país com seu trabalho.

Essa situação se agrava com a presença de grandes empreendimentos que saqueiam os bens comuns da natureza e provocam inúmeros adoecimentos. Um grave exemplo disso, é o uso desenfreado de agrotóxicos pelo agronegócio, que contamina o solo, a água e os corpos.

As mulheres do campo são profundamente impactadas, enfrentando problemas de saúde em todas as fases da vida, incluindo dificuldades na saúde reprodutiva, na gestação e desenvolvendo doenças crônicas, muitas vezes sem o à prevenção, à promoção da saúde e à investigação dos vínculos entre os fatores ambientais e os adoecimentos dos corpos femininos na agricultura familiar e camponesa, bem como na atividade de pesca e extrativismo.

É preciso ousar denunciar as mazelas que atingem as mulheres do campo, das águas e da floresta, e apontar para alternativas viáveis, como a construção de territórios saudáveis e agroecológicos, voltados para a defesa da natureza e a luta por um novo modelo de produção e de sociedade.

Saúde é a capacidade de lutar contra tudo que nos oprime!

*Do Setor de Saúde do MST

**Editado por Solange Engelmann