Agroecologia
MST na Bahia entrega certificados de pós-graduação em Educação e Agroecologia
Mais de 40 educandos formaram a turma de Especialização em Educação e Agroecologia (Lato Senso)

Por Izelia Silva
Da Página do MST
Na tarde do último domingo (12), aconteceu no assentamento Agroecológico Jaci Rocha, município de Prado, extremo sul da Bahia, a cerimônia de entrega do certificado de conclusão do curso de Especialização em Educação e Agroecologia (Lato Senso) da turma “Semente Crioula”.
Conquista da Reforma Agrária, 42 educandos receberam o certificado de especialista em Educação e Agroecologia, fruto de parceria do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, vinculada a Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz), um dos mais importantes órgão de pesquisa e educação em ciências e saúde da América Latina.
O Curso que teve início no dia 14 de janeiro de 2019, visou aprimorar a formação dos educadores e educadoras que atuam em 16 escolas do campo do MST nas regionais Baixo Sul e Extremo Sul da Bahia.
De acordo com Eliane Oliveira, dirigente estadual do MST no extremo sul da Bahia, “É tempo de semear o conhecimento, de renovar as esperanças, de plantar a resistência. Nestes 34 anos de luta e resistência do MST na Bahia. Estamos vivendo em tempos obscuros com perdas de direitos e sob um governo que não respeita a classe trabalhadora, então reafirmamos nosso compromisso com a educação, na produção de alimento saudável e na construção da Reforma Agrária Popular”, afirmou.
O ato contou com a presença de Valmir Assunção (Deputado Federal PT/BA), de Evanildo Costa (Dirigente Nacional do MST na Bahia), Derivaldo (GerenteRegional da EMBASA – Empresa Baiana de Águas e Saneamento), Felipe Campelo (Coordenador Pedagógico da Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto), além das lideranças políticas e militância do MST. O ato respeitou todos os protocolos da vigilância sanitária e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A turma que leva o nome de “Semente Crioula” cursou quase todo o período em alternância, sendo parte ministradas na Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto (EPAAEB) denominado como “Tempo Escola”, e parte das pesquisas e trabalho educacionais nos acampamentos, assentamentos e/ou escolas de origem, denominado “Tempo Comunidade”. Essa é a pedagogia do Movimento, unindo teoria com a prática, intercalando a escola com a comunidade e a comunidade com a escola. Porém, devido a pandemia do Coronavírus (Covid-19), a pesquisa final, a apresentação do trabalho de conclusão do curso foram feitas de forma remota.

De acordo com Felipe Campelo, educador do curso e coordenador da EPAAEB, “ocupar o espaço do saber é fundamental para compreensão da nossa luta e nos fortalece no enfrentamento contra o capitalismo. Hoje essa turma sai daqui com o papel fundamental de conduzir uma formação continuada com as escolas do campo, a partir de uma vivência comunitária e das práticas sociais nas comunidades, o educador e educadora do campo tem a tarefa de estar vinculada ao povo, precisa entender e colocar em prática coletiva o projeto educativo do MST e das escolas do campo”, conclui Campelo.
Foi evidente olhar nos olhos dos discentes e ver a alegria por mais uma conquista e o sorriso de mais um obstáculo vencido. A aluna Lucilania Bandeira Rossi, da especialização em Educação e Agroecologia e representante da turma, conta com muita emoção como, “foi gratificante a conclusão deste curso, principalmente para reforçar a importância do ensino de agroecologia nas escolas do campo, não tem como não se emocionar com esse momento, a um filme em nossa cabeça, os encontros, as aulas, as descobertas, os medos e anseios, mais enfim chegamos até aqui, agradecemos pela oportunidade e a todas e todos que nos apoiaram e o MST por proporcionar a realização de uma especialização desta grandeza, seguimos lutando por uma educação do campo mais justa e igualitária”, conclui a educanda.
Após o ato, foi servido um coquetel, com objetivo de celebrar esse momento tão importante para a classe trabalhadora, inclusive no momento em que a educação vem sofrendo tantos ataques e perdas de direitos.
*Editado por Fernanda Alcântara